As marionetes virtuais são a maior novidade nas atrações infantis! Nosso time de criação entrevistou o diretor de criação Ronam Bonfim para saber todos os detalhes deste projeto inovador que está atraindo crianças e adultos pelo Brasil. É o Puppet Digital, criação da Chroma Garden com os personagens Oto&Gaio.

Veja a entrevista na íntegra e saiba mais sobre esta grande atração para shoppings:

Camila: Ronam, como você explica o surgimento desse termo Puppet Digital e o que é essa tecnologia?

Ronam: Você já viu um personagem digital de desenho animado falar com você em tempo real? Não uma gravação ou inteligência artificial, falar de verdade?
Pois é! Há alguns anos atrás uma grande atração para o público infantil e famílias era o teatro de marionetes. Onde atores falavam e moviam os personagens através de um jogo de varetas, com fios que sustentavam o corpo dos personagens. Hoje, em meio aos brinquedos que falam mais de mil palavras, as marionetes de pano parecem não fazer mais tanto sucesso com o público infantil, não é verdade? 

Errado! (risos) Vocês não contavam com a nossa astúcia! Oto & Gaio, são nada menos do que marionetes virtuais que até agora já encantaram aproximadamente mais de 15.000 crianças e adultos em 4 diferentes cidades do Brasil. O termo Puppet é exatamente o inglês para marionete.

Através de um joystick e um sistema de câmeras, atores passam para os personagens seus movimentos faciais e corporais, fazem o Oto pular, andar, fazer careta, etc. Tudo através desta sincronização entre personagem digital e ator.

C: E onde vocês foram buscar esta inspiração? Essa não é uma ideia que se tem do dia para noite, recriar as marionetes de forma virtual, não é mesmo?

R: Fomos buscar esta inovação em parques temáticos americanos, e pasme: Esse estilo de atração, que nem era o mais grandioso em estrutura, foi uma das que mais nos chamou atenção para trazer para o Brasil! 

Diante de atrações sofisticadas como hologramas, salas de cinema 3D, show de luzes, uma atração “aparentemente” tão simples podia ser recriada e ter alto impacto. Usamos essa experiência positiva, que verificamos funcionar tão bem, para criar os personagens Oto & Gaio. 

E tinha tudo a ver com o coração do nosso negócio. Envolver tecnologia e interatividade com entretenimento que funcione! Fazer com que as pessoas saiam de boca aberta pelo visual e porque nem imaginam como aquilo foi concebido! Podíamos fazer uma atração itinerante por todo o Brasil e com uma estrutura física relativamente simples.

C: E como foi esse processo de criação? Quais foram os desafios? Afinal de contas, pelo o que eu entendi a estrutura era muito fácil de resolver, mas não existe por aí na internet como fazer um puppet digital. 

R: Não foi nada simples e rápido! A tecnologia de reconhecimento facial e mover personagens através de joystick já é usada em projetos específicos na indústria de animação, mas juntar essas diferentes técnicas em um espetáculo foi uma tarefa de alta complexidade. Fizemos muitos estudos, testes e montamos nossos próprios computadores para termos máquina potentes. 

Além disso focamos muito no nível de fidelidade das expressões passadas do ator para o personagem. Assim poderíamos garantir que o Oto fosse realmente expressivo como um ator ao vivo poderia ser, com liberdade de interpretação e improviso. 

É interessante que nessa atração não é apenas o ator que controla o que o personagem faz. O público que está na sala de projeção traz propostas de brincadeiras para o Oto, pede que ele explique sobre como é ser um pirata, perguntam como ele consegue enxergar as crianças através da tela. Elas exigem dos atores muito jogo de cintura no improviso, pois como toda criança, elas são autênticas, não seguram as opiniões e fazem comentários dos mais sinceros. 

Tivemos um processo longo de treinamento e desenvolvimento do backstory dos personagens junto com os atores que nos acompanham na turnê Oto & Gaio pelos shoppings do Brasil, para que eles sejam capazes de responder à qualquer pergunta sobre o fundo do mar e a vida pirata.

C:  E de onde veio a inspiração de criar um polvo pirata e seu peixe-papagaio? Como surgiu Oto & Gaio?

R: Queríamos alguma coisa que tivesse bastante personalidade e de certa forma fosse único, então pesquisamos que universo poderíamos explorar e que tivesse um leque amplo de possibilidades de histórias para serem contadas.A inspiração é grande em desenhos animados, aqueles que se comunicam bem com uma faixa-etária mais ampla, não só a infantil. Procuramos por temas que pudessem ter esse tom divertido e o mundo pirata nos trouxe essa inspiração, por isso o humor é um ponto chave desse espetáculo. 

Depois disso, identificamos que era uma tendência dentro de quadros de televisão e até desenhos infantis, essa arte do improviso, o stand up, que apesar de ser infantil, atinge a família toda.
C: E você acha que isso pode ser um grande diferencial da atração? Esse estilo de atração stand up? 

R: Além da técnica nos preocupamos na construção de um mundo dos personagens. O Oto & Gaio primeiro existiu em conceito, como algo mais amplo do que somente a atração para shoppings. Tentamos colocar isso em todos os âmbitos, na cenografia, na experiência do texto publicado nas redes sociais, no cenário digital, na fala de quem fosse recepcionar o público dentro do teatro e na bilheteria. Enfim, ele é completo! Existe um mundo particular dos personagens com todos os seus detalhes.

Temos a intenção de que ele seja conhecido além da atração que está indo para os shoppings. Queremos explorar ele como personagem, com algum tipo de história futura, e já temos várias ideias!

É isso aí! Fique ligado para saber o que mais o Chroma Team vai criar para esses incríveis piratas Oto & Gaio!